sexta-feira, 12 de março de 2010

GLAUCO, morto pelos merdinhas.


Não é exagero dizer que se escrevo e como escrevo tem muito haver com Glauco Vilas-Boas.
Geraldão, Geraldinho, Dona Marta, Los três amigos... Me deram um jeito mórbido e transgressor de rir.
Bem, dizer que a noticia me abalou é pouco. Dizer que foi uma imbecilidade é pouco. Então dizer o que?
Chorei trancado no banheiro fazendo beicinho, até sentir Dona Marta bater no meu ombro e perguntar com os peitões de fora: Ce quer colinho?
Se fosse o Geraldão tinha oferecido algo mais útil...
Os políticos bundões e calhordas, crianças empolgadas com o poder, perderam um opositor. Até eles devem estar tristes, porque lhes falta vergonha na cara.
Os merdinhas que o assassinaram (e também seu filho) provavelmente nem se deram conta do que fizeram.
Um pai, um marido, um filho, um irmão, foram subtraídos da vida. E os merdinhas nem ligam.
O Brasil perdeu um ícone da cultura conhecido e reconhecido no mundo. E os merdinhas nem ligam.
Uma geração se despede tristemente de um de seus inspiradores. E os merdinhas nem ligam.
Zé do apocalipse estava certo, o Brasil é o berço de uma nova raça. Os Mérdileiros.
Sei que os humoristas não merecem ir pro céu. Mas Glauco não merecia morrer. Então estou fazendo um abaixo assinado para que ele seja recebido no paraíso com todos os seus personagens. Não que ele queira ir pro céu, mas é que lá também tem uma turminha que merece ser esculachada pelas suas tirinhas.
E la nave vá...

sexta-feira, 5 de março de 2010

MORRE JOHNNY ALF


A voz precursora da bassa nova calou-se nesta madrugada. Sexta-feira 5.

Johnny Alf, estava internado em estado grave no hospital Mário Covas, em Santo André, onde residia em uma casa de repousos.

“Ah! se a juventude que esta brisa canta ficasse aqui comigo mais um pouco...”


Quiseramos nós, que conhecemos a genialidade deste músico (da envergadura de Tom Jobim e Vinicios de Moraes) que a juventude de hoje o conhecesse. Ficariam mais que um pouco na companhia deste titã.

Choro a perda deste alfa, deste mestre, deste negro, deste orgulho.

Se fosse outro lugar, outra gente, outra terra, outros costumes, nossa lembrança de bossa nova não seria outra senão Alfredo José da Silva. Não haveria lembrança que não lembrasse Johnny Alf.